Sociedade Bíblica do Brasil
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Dia 59 na Palavra

Texto(s) da Bíblia

Marcos 5

A cura do endemoniado geraseno

Mt 8.28-34; Lc 8.26-39

1Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. 2Ao desembarcar, logo um homem possuído de espírito imundo veio dos túmulos ao encontro de Jesus. 3Esse homem vivia nos túmulos, e ninguém podia prendê-lo, nem mesmo com correntes. 4Porque, tendo sido muitas vezes preso com correntes e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e as correntes foram despedaçadas. E ninguém conseguia dominá-lo. 5Andava sempre, de noite e de dia, gritando por entre os túmulos e pelos montes, ferindo-se com pedras. 6Quando, de longe, viu Jesus, correu e prostrou-se diante dele, 7gritando em alta voz:

— O que você quer comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus, peço-lhe que não me atormente!

8Ele disse isto, porque Jesus tinha dito a ele: “Espírito imundo, saia desse homem!”

9Então Jesus lhe perguntou:

— Qual é o seu nome?

Ele respondeu:

— Legião é o meu nome, porque somos muitos.

10E pediu-lhe com insistência que não os mandasse para fora do país.

11Ora, uma grande manada de porcos estava pastando ali pelo monte. 12E os espíritos imundos pediram a Jesus:

— Mande-nos para os porcos, para que entremos neles.

13E Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos. E a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. 14Os que tratavam dos porcos fugiram e foram anunciá-lo na cidade e pelos campos.

Então o povo saiu para ver o que tinha acontecido. 15Aproximando-se de Jesus, viram o endemoniado, o que antes estava dominado pela legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram. 16Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que tinha acontecido ao endemoniado e também falaram a respeito dos porcos. 17E começaram a pedir com insistência que Jesus se retirasse da terra deles.

18Quando Jesus estava entrando no barco, aquele que antes estava possuído pelos demônios pediu com insistência que Jesus o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não o permitiu; ao contrário, ordenou-lhe:

— Vá para a sua casa, para os seus parentes, e conte-lhes tudo o que o Senhor fez por você e como teve compaixão de você.

20Então ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam.

O pedido de Jairo

Mt 9.18-19; Lc 8.40-42a

21Tendo Jesus voltado de barco para o outro lado, reuniu-se em volta dele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. 22Então chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos pés de Jesus 23e lhe pediu com insistência:

— Minha filhinha está morrendo; venha impor as mãos sobre ela, para que seja salva e viva.

24Jesus foi com ele.

A cura de uma mulher enferma

Mt 9.20-22; Lc 8.42b-48

Uma grande multidão seguia Jesus, apertando-o de todos os lados.

25Estava ali certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. 26Ela havia padecido muito nas mãos de vários médicos e gastado tudo o que tinha, sem, contudo, melhorar de saúde; pelo contrário, piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher chegou por trás, no meio da multidão, e tocou na capa dele. 28Porque dizia: “Se eu apenas tocar na roupa dele, ficarei curada.” 29E logo a hemorragia estancou, e ela sentiu no corpo que estava curada daquele mal. 30Jesus, reconhecendo imediatamente que dele havia saído poder, virando-se no meio da multidão, perguntou:

— Quem tocou na minha roupa?

31Os discípulos responderam:

— O senhor está vendo que a multidão o aperta e ainda pergunta: “Quem me tocou?”

32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem tinha feito aquilo. 33Então a mulher, amedrontada e trêmula, ciente do que lhe havia acontecido, veio, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe toda a verdade. 34Então Jesus lhe disse:

— Filha, a sua fé salvou você. Vá em paz e fique livre desse mal.

A ressurreição da filha de Jairo

Mt 9.23-26; Lc 8.49-56

35Enquanto Jesus ainda falava, chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, dizendo:

— A sua filha já morreu; por que você ainda incomoda o Mestre?

36Mas Jesus, sem levar em conta tais palavras, disse ao chefe da sinagoga:

— Não tenha medo; apenas creia!

37Jesus não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro e os irmãos Tiago e João. 38Chegando à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. 39Ao entrar, disse:

— Por que vocês estão alvoroçados e chorando? A criança não está morta, mas dorme.

40E riam-se dele. Mas Jesus, mandando que todos saíssem, levou consigo o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. 41Tomando a criança pela mão, disse:

— Talitá cumi! — que quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!”

42Imediatamente a menina, que tinha doze anos, se levantou e começou a andar. Então todos ficaram muito admirados. 43Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse. E mandou que dessem de comer à menina.

Marcos 5NAAAbrir na Bíblia

Marcos 6

Jesus é rejeitado em Nazaré

Mt 13.53-58; Lc 4.16-30

1Tendo saído dali, Jesus foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. 2Chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga, e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo:

— De onde lhe vem tudo isso? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? 3Não é este o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não vivem aqui entre nós?

E escandalizavam-se por causa dele. 4Jesus, porém, lhes disse:

— Nenhum profeta é desprezado, a não ser na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa.

5Não pôde fazer ali nenhum milagre, a não ser curar uns poucos doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirava-se da incredulidade deles.

As instruções para os doze

Mt 10.1,5-15; Lc 9.1-6

Jesus percorria as aldeias vizinhas, ensinando. 7Chamou os doze e passou a enviá-los de dois em dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos. 8Ordenou-lhes que não levassem nada para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro; 9e que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas. 10E recomendou-lhes:

— Quando vocês entrarem numa casa, fiquem ali até saírem daquele lugar. 11Se em algum lugar não quiserem recebê-los nem ouvi-los, ao saírem dali sacudam o pó dos pés, em testemunho contra eles.

12Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo.

A morte de João Batista

Mt 14.1-12; Lc 9.7-9

14Isto chegou aos ouvidos do rei Herodes, porque o nome de Jesus havia se tornado conhecido. E alguns diziam: “João Batista ressuscitou dentre os mortos e, por isso, forças miraculosas operam nele.” 15Outros diziam: “É Elias.” Ainda outros diziam: “É profeta como um dos antigos profetas.”

16Herodes, porém, ouvindo isto, disse:

— É João, a quem eu mandei decapitar, que ressuscitou.

17Porque o próprio Herodes havia mandado prender João e amarrá-lo na prisão, por causa de Herodias, mulher do seu irmão Filipe, com a qual Herodes havia casado. 18Pois João lhe dizia: “Você não tem o direito de viver com a mulher do seu irmão.”

19Herodias odiava João Batista e queria matá-lo, mas não conseguia fazer isso. 20Porque Herodes temia João, sabendo que era homem justo e santo, e o mantinha em segurança. E, quando o ouvia, ficava perplexo, embora gostasse de escutá-lo.

21Chegando uma ocasião favorável, em que Herodes, no dia do seu aniversário, deu um banquete às autoridades, aos oficiais militares e às pessoas importantes da Galileia, 22a filha de Herodias entrou no salão e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convidados. Então o rei disse à jovem:

— Peça o que quiser, e eu lhe darei.

23E fez este juramento:

— O que você me pedir eu lhe darei, mesmo que seja a metade do meu reino.

24Ela saiu e foi perguntar à mãe:

— O que pedirei?

A mãe respondeu:

— A cabeça de João Batista.

25No mesmo instante, voltando apressadamente para junto do rei, disse:

— Quero que, sem demora, o senhor me dê num prato a cabeça de João Batista.

26O rei ficou muito triste, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não quis negar o pedido da jovem. 27E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi e o decapitou na prisão, 28e, trazendo a cabeça num prato, a entregou à jovem, e esta, por sua vez, a entregou à sua mãe. 29Os discípulos de João, logo que souberam disto, vieram, levaram o corpo dele e o colocaram num túmulo.

A primeira multiplicação de pães e peixes

Mt 14.13-21; Lc 9.10-17; Jo 6.1-14

30Os apóstolos voltaram à presença de Jesus e lhe relataram tudo o que tinham feito e ensinado. 31E ele lhes disse:

— Venham repousar um pouco, à parte, num lugar deserto.

Isto porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem muitos os que iam e vinham. 32Então foram de barco para um lugar deserto, à parte. 33Muitos, porém, os viram sair e, reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

35Como já era bastante tarde, os discípulos se aproximaram de Jesus e disseram:

— Este lugar é deserto, e já é bastante tarde. 36Mande essas pessoas embora, para que, indo pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer.

37Jesus, porém, lhes disse:

— Deem vocês mesmos de comer a eles.

Mas eles disseram:

— Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?

38E Jesus lhes disse:

— Quantos pães vocês têm? Tratem de descobrir!

Eles foram se informar e responderam:

— Cinco pães e dois peixes.

39Então Jesus lhes ordenou que todos se assentassem, em grupos, sobre a relva verde. 40E eles o fizeram, repartindo-se em grupos de cem e de cinquenta. 41Jesus, pegando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou. Depois partiu os pães e os deu aos seus discípulos para que os distribuíssem. E também repartiu os dois peixes entre todos. 42Todos comeram e se fartaram, 43e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44Os que comeram os pães eram cinco mil homens.

Jesus anda sobre o mar

Mt 14.22-33; Jo 6.15-21

45Logo a seguir, Jesus fez com que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, para Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46E, tendo-os despedido, ele subiu ao monte para orar. 47Ao cair da tarde, o barco estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra. 48De madrugada, vendo que os discípulos remavam com dificuldade, porque o vento lhes era contrário, Jesus foi até onde eles estavam, andando sobre o mar; e queria passar adiante deles. 49Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram. 50Pois todos viram Jesus e ficaram apavorados. Mas Jesus imediatamente falou com eles e disse:

— Coragem! Sou eu. Não tenham medo!

51Então subiu no barco para estar com eles, e o vento cessou. Ficaram totalmente perplexos, 52porque não haviam compreendido o milagre dos pães, pois o coração deles estava endurecido.

Jesus cura em Genesaré

Mt 14.34-36

53Estando já no outro lado, chegaram à terra de Genesaré, onde atracaram. 54Saindo eles do barco, o povo logo reconheceu Jesus. 55E eles, percorrendo toda aquela região, começaram a trazer em leitos os enfermos e os levavam para onde ouviam que ele estava. 56Onde quer que ele entrasse, nas aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, pedindo-lhe que os deixasse tocar ao menos na borda da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados.

Marcos 6NAAAbrir na Bíblia

2Samuel 17

Os conselhos de Aitofel e de Husai

1Depois Aitofel disse a Absalão:

— Deixe-me escolher doze mil homens, e me disporei e perseguirei Davi esta noite. 2Vou surpreendê-lo enquanto está cansado e desanimado. Farei com que entre em pânico e todo o povo que está com ele fugirá. Então matarei apenas o rei. 3Trarei todo o povo de volta para você, pois a volta de todos depende daquele a quem você procura matar. Assim, todo o povo estará em paz.

4Este parecer agradou a Absalão e a todos os anciãos de Israel. 5Mas Absalão disse:

— Chamem agora Husai, o arquita, e ouçamos também o que ele tem a dizer.

6Quando Husai chegou, Absalão lhe falou, dizendo:

— O parecer de Aitofel é este. Vamos fazer o que ele falou? Se não, diga você o que devemos fazer.

7Então Husai disse a Absalão:

— Desta vez o conselho de Aitofel não é bom.

8Husai continuou:

— Você conhece o seu pai e os seus homens e sabe que são valentes e estão enfurecidos como a ursa no campo, roubada dos seus filhotes. Além disso, o seu pai é homem de guerra e não passará a noite com o povo. 9Eis que agora deve estar escondido em alguma caverna ou em outro lugar qualquer. E, se acontecer que você tenha algumas baixas no primeiro ataque, cada um que ouvir isso dirá que houve matança no povo que segue Absalão. 10Então até o homem valente, cujo coração é como o coração de leão, com certeza irá desanimar, porque todo o Israel sabe que o seu pai é um herói e que os que estão com ele são homens valentes. 11Eu aconselho que, a toda pressa, se reúna em torno de você todo o Israel, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia do mar, e que você mesmo os guie na batalha. 12Então o atacaremos onde quer que se encontre e facilmente cairemos sobre ele, como o orvalho cai sobre a terra. E não ficará ele nem nenhum dos homens que estão com ele — nem um só! 13Se ele se retirar para alguma cidade, todo o Israel levará cordas àquela cidade e nós a arrastaremos até o ribeiro, até que lá não fique nem uma só pedrinha.

14Então Absalão e todos os homens de Israel disseram:

— O conselho de Husai, o arquita, é melhor do que o conselho de Aitofel.

Acontece que o Senhor havia decidido frustrar o bom conselho de Aitofel, para que o mal viesse sobre Absalão.

Davi é avisado e foge

15Então Husai disse aos sacerdotes Zadoque e Abiatar:

— Assim e assim Aitofel aconselhou a Absalão e aos anciãos de Israel, mas assim e assim aconselhei eu. 16Agora, pois, mandem depressa a seguinte mensagem a Davi: “Não passe esta noite nos vaus do deserto, mas atravesse logo o rio, para que não seja destruído o rei e todo o povo que com ele está.”

17Jônatas e Aimaás estavam em En-Rogel. Uma criada ia até lá e lhes passava informações, que eles depois transmitiam ao rei Davi. Eles não podiam ser vistos entrar na cidade. 18Mas um moço os viu e contou a Absalão. Então os dois partiram às pressas e entraram na casa de um homem, em Baurim, que tinha um poço no seu pátio, ao qual desceram. 19A mulher desse homem pegou uma coberta, e a estendeu sobre a boca do poço, e espalhou grãos de cereais sobre ela. E assim ninguém suspeitou de nada. 20Quando os servos de Absalão chegaram àquela casa, perguntaram à mulher:

— Onde estão Aimaás e Jônatas?

A mulher respondeu:

— Já passaram o ribeiro.

Eles saíram a procurá-los, mas não conseguiram achar. Então voltaram para Jerusalém. 21Depois que eles foram embora, os dois logo saíram do poço e foram avisar o rei Davi. Disseram:

— Levantem-se e passem depressa as águas, porque assim e assim aconselhou Aitofel contra vocês.

22Então Davi e todo o povo que estava com ele se levantaram e passaram o Jordão. Quando amanheceu, não havia um só que não tivesse passado o Jordão.

23Quando Aitofel viu que o seu conselho não tinha sido seguido, preparou o jumento e foi para casa, na cidade em que morava. Pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai.

24Davi chegou a Maanaim. Absalão, tendo passado o Jordão com todos os homens de Israel, 25colocou Amasa no comando do exército, em lugar de Joabe. Amasa era filho de certo homem chamado Itra, o ismaelita, que era casado com Abigail, filha de Naás e irmã de Zeruia, a mãe de Joabe. 26E assim o povo de Israel e Absalão acamparam na terra de Gileade.

27Quando Davi chegou a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim, 28trouxeram camas, bacias e vasilhas de barro, além de trigo, cevada, farinha, grãos torrados, favas e lentilhas; 29também mel, coalhada, ovelhas e queijos de leite de vaca. Levaram isso a Davi e ao povo que estava com ele, para que comessem, porque disseram: “Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento.”

2Samuel 17NAAAbrir na Bíblia

2Samuel 19

Joabe repreende Davi

1Disseram a Joabe:

— Eis que o rei anda chorando e se lamentando por Absalão.

2Assim, a vitória se tornou, naquele mesmo dia, em luto para todo o povo, porque, naquele dia, o povo tinha ouvido dizer: “O rei está de luto por causa de seu filho.” 3Naquele mesmo dia, o povo entrou às escondidas na cidade, como o faz quando foge envergonhado da batalha. 4O rei tinha coberto o rosto e exclamava em alta voz:

— Meu filho Absalão! Absalão, meu filho! Meu filho!

5Então Joabe entrou na casa do rei e lhe disse:

— Hoje o rei envergonhou a face de todos os seus servos, que hoje mesmo livraram a sua vida, a vida de seus filhos e de suas filhas e a vida de suas mulheres e de suas concubinas. 6Você ama os que o odeiam e odeia os que o amam. Hoje dá a entender que os seus comandantes e soldados não têm qualquer valor. Porque agora entendo que, se Absalão estivesse vivo e todos nós hoje estivéssemos mortos, então você estaria contente. 7Agora, levante-se, saia e diga uma palavra de encorajamento aos seus soldados. Juro pelo Senhor que, se não sair, nem um só homem ficará com você esta noite. E este mal seria maior do que todos que têm vindo sobre você desde a sua mocidade até agora.

8Então o rei se levantou e sentou junto ao portão da cidade. E anunciaram isso a todo o povo, dizendo:

— Eis que o rei está sentado junto ao portão da cidade.

E todo o povo veio apresentar-se diante do rei. Ora, Israel havia fugido, cada um para a sua tenda. 9Todo o povo, em todas as tribos de Israel, andava discutindo entre si, dizendo:

— O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, livrou-nos das mãos dos filisteus e, agora, fugiu da terra por causa de Absalão. 10Absalão, a quem ungimos sobre nós, morreu na batalha. Agora por que vocês estão calados e não fazem com que o rei volte?

Davi volta para Jerusalém

11Então o rei Davi mandou dizer aos sacerdotes Zadoque e Abiatar:

— Perguntem aos anciãos de Judá: “Por que vocês seriam os últimos a trazer o rei de volta ao seu palácio, visto que aquilo que todo o Israel dizia já chegou aos ouvidos do rei? 12Vocês são meus irmãos. São do mesmo povo que eu. Por que, então, seriam os últimos a trazer o rei de volta?” 13Digam a Amasa: “Você não é da mesma família que eu? Que Deus me castigue se você não vier a ser para sempre comandante do meu exército, em lugar de Joabe.”

14Com isto o rei moveu o coração de todos os homens de Judá, como se fossem um só homem. E mandaram dizer ao rei:

— Volte com todos os seus servos.

15Então o rei voltou e chegou ao Jordão. E os homens de Judá foram a Gilgal, para encontrar-se com o rei, a fim de fazê-lo passar o Jordão.

Simei se encontra com Davi

16Simei, filho de Gera, benjamita, que era de Baurim, apressou-se e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi. 17Com ele estavam mil homens de Benjamim, bem como Ziba, servo da casa de Saul, acompanhado de seus quinze filhos e seus vinte servos. Entraram no Jordão à vista do rei 18e o atravessaram, para fazerem passar a casa real e para fazerem o que lhe era agradável. Então Simei, filho de Gera, prostrou-se diante do rei, quando este ia passar o Jordão, 19e lhe disse:

— Que o meu senhor, o rei, não me tenha por culpado nem se lembre do mal que este seu servo cometeu no dia em que o rei, meu senhor, saiu de Jerusalém. Que o rei não guarde isso em seu coração. 20Porque este seu servo sabe que pecou. Por isso, de toda a casa de José, sou hoje o primeiro que veio encontrar-se com o rei, meu senhor.

21Então Abisai, filho de Zeruia, disse:

— Será que Simei não deveria morrer pelo que fez? Ele amaldiçoou o ungido do Senhor!

22Porém Davi disse:

— Que tenho eu a ver com vocês, filhos de Zeruia? Querem agora se tornar meus adversários? Morreria alguém hoje em Israel? Será que eu não sei que hoje novamente sou rei sobre Israel?

23Então o rei disse a Simei:

— Você não será morto.

E o rei jurou que seria assim.

Mefibosete se encontra com Davi

24Também Mefibosete, neto de Saul, desceu a encontrar-se com o rei. Ele não tinha tratado dos pés, nem aparado a barba, nem lavado as roupas, desde o dia em que o rei tinha saído até o dia em que voltou em paz. 25Quando ele chegou de Jerusalém para encontrar-se com o rei, este lhe perguntou:

— Por que você não foi comigo, Mefibosete?

26Ele respondeu:

— Ó rei, meu senhor, o meu criado me enganou. Porque este seu servo dizia: “Vou mandar preparar um jumento e montarei nele para ir com o rei.” Porque este seu servo é coxo. 27Além do mais, o meu criado falsamente acusou este seu servo diante do rei, meu senhor. Porém o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus; que faça o que achar melhor. 28Porque toda a casa de meu pai era digna de morte diante do rei, meu senhor, mas o rei pôs este seu servo entre os que sentam à sua mesa para comer. Que direito ainda tenho? Que mais posso pedir ao rei?

29Então o rei disse:

— Por que você ainda fala dos seus negócios? Eu decido que você e Ziba repartam as terras.

30Mas Mefibosete disse ao rei:

— Que ele fique com tudo, uma vez que o rei, meu senhor, já voltou em paz à sua casa.

Barzilai se encontra com Davi

31Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim e passou com o rei o Jordão, para o acompanhar até o outro lado. 32Barzilai era bem velho, da idade de oitenta anos. Ele havia sustentado o rei quando este estava em Maanaim, porque era um homem muito rico. 33O rei disse a Barzilai:

— Venha comigo, e eu o sustentarei em Jerusalém.

34Mas Barzilai respondeu ao rei:

— Quantos serão ainda os dias dos anos da minha vida? Não vale a pena subir com o rei a Jerusalém. 35Hoje tenho oitenta anos. Poderia eu discernir entre o que é bom e o que é mau? Poderia este seu servo perceber o sabor do que come e do que bebe? Poderia eu ainda ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que este seu servo se tornaria ainda um peso ao rei, meu senhor? 36Este seu servo irá com o rei só um pouco além do Jordão. Por que o rei iria me retribuir com tal recompensa? 37Deixe que este seu servo volte, e morrerei na minha cidade e serei sepultado junto de meu pai e de minha mãe. Mas aqui está o seu servo Quimã. Deixe que ele passe com o rei, meu senhor. Faça por ele o que achar melhor.

38O rei respondeu:

— Quimã passará comigo, e eu farei por ele o que você achar melhor. E tudo o que você me pedir, isso farei por você.

39Todo o povo passou o Jordão, e o rei também passou. E o rei beijou Barzilai e o abençoou. E Barzilai voltou para casa.

Discussão entre Israel e Judá

40Dali o rei foi para Gilgal, e Quimã foi com ele. Todo o povo de Judá e metade do povo de Israel acompanharam o rei. 41Eis que todos os homens de Israel vieram falar com o rei e lhe disseram:

— Por que os nossos irmãos, os homens de Judá, roubaram o rei e o trouxeram para este lado do Jordão com a casa dele e todos os servos de Davi?

42Então todos os homens de Judá responderam aos homens de Israel:

— Porque o rei é nosso parente. E por que estão irados por causa disso? Será que comemos à custa do rei ou ele nos deu algum presente?

43E os homens de Israel responderam aos homens de Judá e disseram:

— Nós temos dez vezes mais direito sobre o rei do que vocês, e Davi é mais nosso do que de vocês. Por que, então, fizeram pouco caso de nós? Não fomos nós os primeiros a falar em trazer o nosso rei de volta?

Porém a palavra dos homens de Judá foi mais dura do que a palavra dos homens de Israel.

2Samuel 19NAAAbrir na Bíblia

Daniel 11

1Mas eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar.

Os reis do Norte e do Sul

2— Agora, eu vou lhe dizer a verdade: eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será muito mais rico do que todos eles. Fortalecido por suas riquezas, instigará todos contra o reino da Grécia. 3Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que quiser. 4Mas, no auge do seu poder, o seu reino será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua posteridade, nem com o mesmo poder com que ele reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros fora de seus descendentes.

5— O rei do Sul será forte, mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará, e será grande o seu domínio. 6Mas, depois de alguns anos, eles se aliarão um com o outro. A filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia. Ela, porém, não conservará o seu poder, e ele não permanecerá, nem manterá o seu poder. Porque ela será entregue, juntamente com os que a trouxeram, o seu pai e aquele que a tomou por sua naqueles tempos. 7Mas em lugar dele se levantará um renovo da linhagem dela, que avançará contra o exército do rei do Norte, entrará na sua fortaleza, lutará contra eles e prevalecerá. 8Também levará como despojo para o Egito os deuses deles, as suas imagens fundidas e os seus objetos preciosos de prata e de ouro. Por alguns anos, ele deixará o rei do Norte em paz. 9Depois, este avançará contra o reino do rei do Sul, mas voltará para a sua terra.

10— Os seus filhos farão guerra e reunirão um grande exército. Um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante; e, voltando, levará a guerra até a fortaleza do rei do Sul. 11Então o rei do Sul ficará furioso e sairá para atacar o rei do Norte. Este reunirá um grande exército, que será entregue nas mãos do rei do Sul. 12O grande exército será levado, e o coração do rei do Sul se exaltará; ele derrubará muitos milhares, porém não prevalecerá. 13Porque o rei do Norte voltará, e reunirá um exército ainda maior do que o primeiro, e, depois de alguns anos, virá com um grande exército e abundantes provisões.

14— Naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do Sul. Também os violentos do seu povo, ó Daniel, se levantarão para cumprirem a visão, mas serão derrotados. 15O rei do Norte virá, levantará rampas de ataque e tomará cidades fortificadas. As forças do Sul não poderão resistir. Nem mesmo os melhores soldados terão forças para resistir. 16O invasor fará o que bem quiser, e não haverá quem lhe possa resistir. Ocupará a terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos. 17Resolverá vir com a força de todo o seu reino e entrará em acordo com o rei do Sul. Ele lhe dará uma filha em casamento, para destruir o reino do Sul, mas isto não vingará, nem será para a sua vantagem. 18Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas delas. Mas um príncipe porá fim à arrogância dele e fará com que pague por isso. 19Então voltará para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará e cairá, para nunca mais ser achado.

20— Depois, se levantará em lugar dele um que fará passar um arrecadador de impostos pela glória do reino; mas, em poucos dias, será destruído, e isso sem ira nem batalha. 21Depois, se levantará em seu lugar um homem desprezível, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá de surpresa e tomará o reino, com intrigas. 22Exércitos serão arrasados diante dele; serão esmagados, inclusive o príncipe da aliança. 23Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente. 24Virá também de surpresa aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram os seus pais, nem os pais de seus pais: repartirá entre eles a presa, os despojos e os bens; e fará os seus planos contra as fortalezas, mas só por certo tempo.

25— Despertará a sua força e a sua coragem contra o rei do Sul, à frente de grande exército. O rei do Sul sairá à batalha com um grande e poderoso exército, mas não prevalecerá, porque farão planos contra ele. 26Os que comerem as finas iguarias dele o destruirão, o exército dele será arrasado, e muitos serão mortos. 27Também estes dois reis se empenharão em fazer o mal e, sentados à mesma mesa, falarão mentiras. Porém isso não prosperará, porque o fim virá no tempo determinado. 28Então o rei do Norte voltará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra a santa aliança; fará o que quiser e depois voltará para a sua terra.

29— No tempo determinado, voltará a atacar o Sul, mas desta vez não será como foi na primeira vez, 30porque virão contra ele navios de Quitim. Contrariado, ele voltará e se indignará contra a santa aliança, e fará o que quiser. E, tendo voltado, dará atenção aos que abandonaram a santa aliança. 31Forças enviadas por ele profanarão o santuário e a fortaleza, acabarão com o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora. 32Com lisonjas, perverterá aqueles que violaram a aliança, mas o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo. 33Os sábios entre o povo ensinarão a muitos; todavia, cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo roubo, por algum tempo. 34Ao caírem, receberão uma pequena ajuda; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. 35Alguns dos sábios cairão para serem provados, purificados e limpos, até o tempo do fim, porque se dará ainda no tempo determinado.

36— Este rei fará o que quiser, se levantará, e se engrandecerá sobre tudo o que se chama deus. Falará coisas incríveis contra o Deus dos deuses e será bem-sucedido, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito. 37Não terá respeito aos deuses dos seus pais, nem ao deus que as mulheres preferem, nem a qualquer deus, porque se engrandecerá acima de tudo. 38Mas, em lugar dos deuses, honrará o deus das fortalezas; a um deus que os seus pais não conheceram, honrará com ouro, com prata, com pedras preciosas e objetos de valor. 39Com o auxílio de um deus estranho, atacará as mais poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem, multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por um preço.

40— No tempo do fim, o rei do Sul lutará contra ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros de guerra, cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará. 41Entrará também na terra gloriosa, e muitos sucumbirão, mas Edom, Moabe e as primícias dos filhos de Amom escaparão do seu poder. 42Estenderá a sua mão contra as terras, e nem mesmo a terra do Egito escapará. 43Tomará posse dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes o seguirão. 44Mas será perturbado por rumores vindos do Oriente e do Norte e sairá com grande furor, para destruir e exterminar muitos. 45Armará as suas tendas palacianas entre o mar e o glorioso monte santo. Mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra.

Daniel 11NAAAbrir na Bíblia

Daniel 12

O tempo do fim

1— Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do povo de Deus, e haverá tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem nações até aquele tempo. Mas, naquele tempo, o povo de Deus será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro. 2Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno. 3Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que conduzirem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e eternamente. 4Quanto a você, Daniel, encerre as palavras e sele o livro, até o tempo do fim. Muitos correrão de um lado para outro, e o saber se multiplicará.

5Então eu, Daniel, olhei, e eis que outros dois estavam em pé às margens do rio, um de cada lado. 6Um deles perguntou ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio:

— Quando se cumprirão estas maravilhas?

7Então ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio. Ele levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou por aquele que vive eternamente, dizendo:

— Passarão um tempo, tempos e metade de um tempo. E, quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão.

8Eu ouvi, mas não entendi. Então perguntei:

— Meu senhor, qual será o fim destas coisas?

9Ele respondeu:

— Siga o seu caminho, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até o tempo do fim. 10Muitos serão purificados, limpos e provados, mas os ímpios continuarão na sua impiedade, e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão. 11Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado e a abominação desoladora for estabelecida, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. 12Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.

13— Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, ao fim dos dias, se levantará para receber a sua herança.

Daniel 12NAAAbrir na Bíblia
Sociedade Bíblica do Brasilv.4.26.5
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