Sociedade Bíblica do Brasil
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O Caminho da Volta – Jacó

O caminho da volta para Jacó: como é bom os irmãos viverem unidos!

Texto(s) da Bíblia

Descendentes de Isaque

19São estas as gerações de Isaque, filho de Abraão. Abraão gerou Isaque. 20Ele tinha quarenta anos quando tomou por esposa Rebeca, filha de Betuel, o arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, o arameu.

21Isaque orou ao Senhor por sua mulher, porque ela era estéril. O Senhor ouviu as orações dele, e Rebeca, a mulher de Isaque, ficou grávida. 22Os filhos lutavam no ventre dela. Então ela disse: “Por que isso está acontecendo comigo?” E ela foi consultar o Senhor. 23E o Senhor lhe respondeu:

“Duas nações estão no seu ventre,

dois povos, nascidos de você,

se dividirão:

um povo será mais forte

do que o outro,

e o mais velho

servirá o mais moço.”

24Cumpridos os dias para que desse à luz, eis que havia gêmeos no seu ventre. 25Nasceu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo; por isso, deram-lhe o nome de Esaú. 26Depois, nasceu o irmão. Com a mão segurava o calcanhar de Esaú, e por isso lhe deram o nome de Jacó. Isaque tinha sessenta anos quando Rebeca deu à luz.

Esaú vende o seu direito de primogenitura

27Cresceram os meninos. Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, era homem pacato e morava em tendas. 28Isaque amava Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava Jacó.

29Jacó tinha feito um ensopado, quando Esaú, exausto, veio do campo 30e lhe disse:

— Por favor, me deixe comer um pouco da coisa vermelha, essa coisa vermelha aí, pois estou exausto. (Por isso deram-lhe o nome de Edom.)

31Jacó respondeu:

— Primeiro me venda o seu direito de primogenitura.

32Ele respondeu:

— Estou morrendo de fome; de que me vale o direito de primogenitura?

33Então Jacó disse:

— Primeiro jure.

Esaú jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. 34E Jacó deu a Esaú pão e o ensopado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, Esaú desprezou o seu direito de primogenitura.

Gênesis 25:19-34NAAAbrir na Bíblia

Isaque abençoa Jacó

1Quando Isaque envelheceu e os seus olhos se enfraqueceram, a ponto de não mais poder ver, chamou Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse:

— Meu filho!

Esaú respondeu:

— Aqui estou!

2O pai lhe disse:

— Estou velho e não sei o dia da minha morte. 3Pegue agora as suas armas, a sua aljava e o seu arco, vá ao campo e apanhe para mim alguma caça. 4Faça uma comida saborosa, como eu aprecio, e traga aqui para mim, para que eu coma e abençoe você antes que eu morra.

5Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E Esaú foi ao campo para apanhar a caça e trazê-la. 6Então Rebeca disse a Jacó, seu filho:

— Ouvi seu pai falar com Esaú, o seu irmão. Ele disse: 7“Traga uma caça e faça uma comida saborosa para mim, para que eu coma e o abençoe na presença do Senhor, antes que eu morra.” 8Agora, meu filho, escute as minhas palavras e faça o que lhe ordeno. 9Vá ao rebanho e traga-me dois bons cabritos. Deles farei uma saborosa comida para o seu pai, como ele aprecia. 10Você a levará ao seu pai, para que a coma e o abençoe, antes que ele morra.

11Mas Jacó disse a Rebeca, sua mãe:

— Esaú, meu irmão, é um homem peludo, e eu sou um homem de pele lisa. 12Se o meu pai me apalpar, passarei a ser visto por ele como zombador e trarei sobre mim maldição e não bênção.

13A mãe respondeu:

— Caia sobre mim essa maldição, meu filho. Faça somente o que eu digo: vá e traga os cabritos para mim.

14Ele foi, pegou os cabritos e os trouxe a sua mãe, que fez uma saborosa comida, como o pai dele apreciava. 15Depois, Rebeca pegou a melhor roupa de Esaú, seu filho mais velho, roupa que tinha consigo em casa, e vestiu Jacó, seu filho mais novo. 16Com a pele dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço. 17Então entregou a Jacó, seu filho, a comida saborosa e o pão que havia preparado.

18Jacó foi a seu pai e disse:

— Meu pai!

Ele respondeu:

— Fale! Quem é você, meu filho?

19Jacó respondeu a seu pai:

— Sou Esaú, seu filho primogênito. Fiz o que o senhor ordenou. Levante-se, por favor; sente-se e coma da minha caça, para que depois o senhor me abençoe.

20Isaque perguntou a seu filho:

— Como foi que você conseguiu achar a caça tão depressa, meu filho?

Ele respondeu:

— Porque o Senhor, seu Deus, a mandou ao meu encontro.

21Então Isaque disse a Jacó:

— Chegue mais perto, para que eu o apalpe, meu filho, e veja se você é meu filho Esaú ou não.

22Jacó se aproximou de Isaque, seu pai, que o apalpou e disse:

— A voz é de Jacó, mas as mãos são de Esaú.

23E não o reconheceu, porque as mãos realmente estavam peludas como as de seu irmão Esaú. E o abençoou. 24Então perguntou:

— Você é mesmo o meu filho Esaú?

Ele respondeu:

— Eu sou.

25Então disse:

— Traga isso para perto de mim, para que eu coma da caça de meu filho e o abençoe.

Jacó a levou até ele e o pai comeu. Trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu. 26Então Isaque, seu pai, lhe disse:

— Venha cá e me dê um beijo, meu filho.

27Ele se aproximou e o beijou. Então o pai aspirou o cheiro da roupa dele e o abençoou. Ele disse:

“Eis que o cheiro do meu filho

é como o cheiro do campo,

que o Senhor abençoou;

28Deus lhe dê do orvalho do céu,

e da exuberância da terra,

e fartura de trigo e de vinho.

29Que povos sirvam você,

e nações o reverenciem.

Que você seja senhor

de seus irmãos,

e os filhos de sua mãe

se curvem diante de você.

Maldito seja quem o amaldiçoar,

e bendito quem o abençoar.”

30E aconteceu que, depois que Isaque abençoou Jacó e este tinha acabado de sair da presença de seu pai, chegou Esaú, seu irmão, vindo da sua caçada. 31Ele também fez uma comida saborosa e a levou ao seu pai. E lhe disse:

— Levante-se, meu pai, e coma da caça de seu filho, para que o senhor me abençoe.

32Então Isaque, o pai dele, perguntou:

— Quem é você?

Ele respondeu:

— Sou o seu filho, o seu primogênito; sou Esaú.

33Isaque estremeceu, sentindo uma violenta comoção. E disse:

— Mas então quem foi aquele que apanhou a caça e trouxe para mim? Eu comi tudo, antes que você chegasse, e o abençoei, e ele será abençoado.

34Ao ouvir tais palavras de seu pai, Esaú deu um grito cheio de amargura e disse:

— Abençoe também a mim, meu pai!

35Mas Isaque respondeu:

— Seu irmão veio e, com astúcia, tomou a bênção que era sua.

36Esaú disse:

— Não é com razão que ele se chama Jacó? Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora tomou a bênção que era minha.

E perguntou:

— Então o senhor não reservou nenhuma bênção para mim?

37Isaque respondeu a Esaú:

— Eis que o constituí senhor sobre você, e fiz com que todos os parentes sejam servos dele; de trigo e de vinho o supri. Assim, o que posso fazer por você, meu filho?

38Esaú disse a seu pai:

— Será que o senhor, meu pai, tem somente uma bênção? Abençoe também a mim, meu pai.

E, levantando Esaú a voz, chorou. 39Então Isaque, seu pai, disse:

“Sua habitação será longe

dos lugares férteis da terra,

longe do orvalho que cai do alto.

40Você viverá da sua espada

e servirá o seu irmão;

quando, porém, você se libertar,

sacudirá do seu pescoço

o jugo dele.”

41Esaú passou a odiar Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado. E disse em seu íntimo:

— Os dias de luto por meu pai se aproximam; então matarei meu irmão Jacó.

42Chegaram aos ouvidos de Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho. Então ela mandou chamar Jacó, seu filho mais moço, e lhe disse:

— Eis que o seu irmão Esaú se consola fazendo planos para matá-lo. 43Agora, pois, meu filho, ouça bem o que vou dizer: levante-se e fuja para a casa de Labão, meu irmão, em Harã. 44Fique com ele alguns dias, até que passe o furor de seu irmão, 45e cesse o rancor dele contra você, e se esqueça do que você lhe fez. Quando isso acontecer, enviarei alguém para trazer você de volta. Não posso perder os meus dois filhos num só dia!

Gênesis 27:1-45NAAAbrir na Bíblia

1Também Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de Deus foram encontrar-se com ele. 2Quando Jacó os viu, disse:

— Este é o acampamento de Deus.

E deu àquele lugar o nome de Maanaim.

Jacó se reconcilia com Esaú

3Então Jacó enviou mensageiros adiante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom. 4E lhes deu esta ordem:

— Assim vocês falarão a meu senhor Esaú: “O seu servo Jacó manda dizer isto: ‘Como estrangeiro morei com Labão, em cuja companhia fiquei até agora. 5Tenho bois, jumentos, rebanhos, servos e servas. Envio este comunicado a meu senhor, para encontrar favor na sua presença.’”

6Os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo:

— Fomos até o seu irmão Esaú. Também ele está vindo para se encontrar com o senhor, e quatrocentos homens estão com ele.

7Então Jacó teve medo e ficou angustiado. Dividiu em dois grupos o povo que estava com ele, e também os rebanhos, os bois e os camelos. 8Pois pensou: “Se Esaú vier e atacar um grupo, o outro grupo escapará.”

9E Jacó orou:

— Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: “Volte para a sua terra e para a sua parentela, e eu farei bem a você”, 10sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com o teu servo. Pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois grupos. 11Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque temo que ele venha e ataque a mim e às mães com os filhos. 12Pois tu disseste: “Certamente serei bondoso com você e lhe darei uma descendência como a areia do mar, que, de tão numerosa, não se pode contar.”

13Depois de passar ali aquela noite, Jacó separou do que tinha consigo um presente para o seu irmão Esaú: 14duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros, 15trinta camelas de leite com as suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos. 16Entregou-os aos seus servos, cada rebanho à parte. Então disse aos servos:

— Vão à minha frente e deixem espaço entre rebanho e rebanho.

17Ordenou ao primeiro servo, dizendo:

— Quando Esaú, meu irmão, se encontrar com você e perguntar: “De quem você é, para onde você vai, de quem são estes animais que você vem trazendo?”, 18responda: “São do seu servo Jacó. É um presente que ele está enviando ao meu senhor Esaú. E eis que ele mesmo vem vindo atrás de nós.”

19Jacó ordenou também ao segundo, ao terceiro e a todos os que vinham conduzindo os rebanhos:

— É assim que vocês devem falar com Esaú, quando se encontrarem com ele. 20Também dirão: “Eis que o seu servo Jacó vem vindo atrás de nós.” Porque Jacó pensava assim: “Eu o aplacarei com o presente que me antecede. Depois eu o verei pessoalmente e talvez ele me dê boa acolhida.”

21Assim, mandou os presentes à sua frente. Ele, porém, ficou aquela noite no acampamento.

Jacó luta em Peniel

22Naquela mesma noite, Jacó se levantou, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau do Jaboque. 23Reuniu todos e fez com que passassem o ribeiro. Também fez passar tudo o que lhe pertencia. 24Jacó ficou sozinho, e um homem lutava com ele, até o romper do dia. 25Vendo este que não podia com Jacó, tocou-lhe na articulação da coxa, de modo que a junta da coxa de Jacó se deslocou, na luta com o homem. 26Então o homem disse:

— Deixe-me ir, pois já rompeu o dia.

Jacó respondeu:

— Não o deixarei ir se você não me abençoar.

27Então o homem perguntou:

— Como você se chama?

Ele respondeu:

— Jacó.

28Então disse:

— Seu nome não será mais Jacó, e sim Israel, pois você lutou com Deus e com os homens e prevaleceu.

29Jacó disse:

— Por favor, diga-me como você se chama.

Ele respondeu:

— Por que você pergunta pelo meu nome?

E o abençoou ali. 30Jacó deu àquele lugar o nome de Peniel, pois disse: “Vi Deus face a face, e a minha vida foi salva.”

31Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel. E mancava por causa da coxa. 32Por isso, os filhos de Israel não comem, até hoje, o nervo do quadril, na articulação da coxa, porque o homem tocou a articulação da coxa de Jacó no nervo do quadril.

Gênesis 32:1-32NAAAbrir na Bíblia

O encontro de Esaú e Jacó

1Quando Jacó ergueu os olhos, viu que Esaú se aproximava, e com ele quatrocentos homens. Então repartiu os filhos entre Lia, Raquel e as duas servas. 2Pôs as servas e seus filhos à frente, Lia e seus filhos atrás deles e Raquel e José por último. 3E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se em terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão. 4Então Esaú correu ao encontro dele e o abraçou; pôs os braços em volta do pescoço dele e o beijou; e choraram. 5Daí, levantando os olhos, Esaú viu as mulheres e os meninos e disse:

— Quem são estes que estão com você?

Jacó respondeu:

— Os filhos com que Deus agraciou este seu servo.

6Então se aproximaram as servas, elas e seus filhos, e se prostraram. 7Chegaram também Lia e seus filhos e se prostraram. Por último chegaram José e Raquel e se prostraram.

8Esaú perguntou:

— Qual é o seu propósito com todos esses grupos que encontrei?

Jacó respondeu:

— É para obter favor na presença de meu senhor.

9Então Esaú disse:

— Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarde o que você tem.

10Mas Jacó insistiu:

— Não recuse. Se alcancei favor na sua presença, peço que aceite o meu presente, porque ver o seu rosto é como contemplar o semblante de Deus; e você me acolheu tão bem. 11Portanto, aceite o meu presente, que eu lhe trouxe. Porque Deus tem sido generoso para comigo, e tenho fartura.

E insistiu com ele, até que o aceitou.

12Então Esaú disse:

— Vamos partir e seguir viagem. Eu irei à sua frente.

Gênesis 33:1-12NAAAbrir na Bíblia

A excelência da união fraternal

Cântico de peregrinação. De Davi

1Oh! Como é bom e agradável

viverem unidos os irmãos!

2É como o óleo precioso

sobre a cabeça,

o qual desce pela barba,

a barba de Arão,

e desce para a gola de suas vestes.

3É como o orvalho do Hermom,

que desce sobre os montes de Sião.

Ali o Senhor ordena a sua bênção

e a vida para sempre.

Salmos 133:1-3NAAAbrir na Bíblia

Firmes na graça de Deus

14Procurem viver em paz com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.

Hebreus 12:14NAAAbrir na Bíblia

As virtudes recomendadas

9O amor seja sem hipocrisia. Odeiem o mal e apeguem-se ao bem. 10Amem uns aos outros com amor fraternal. Quanto à honra, deem sempre preferência aos outros. 11Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos. Sejam fervorosos de espírito, servindo o Senhor. 12Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração. 13Ajudem a suprir as necessidades dos santos. Pratiquem a hospitalidade.

14Abençoem aqueles que perseguem vocês; abençoem e não amaldiçoem. 15Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. 16Tenham o mesmo modo de pensar de uns para com os outros. Em vez de serem orgulhosos, sejam solidários com os humildes. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.

17Não paguem a ninguém mal por mal; procurem fazer o bem diante de todos. 18Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas. 19Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito:

“A mim pertence a vingança;

eu é que retribuirei,

diz o Senhor.”

20Façam o contrário:

“Se o seu inimigo tiver fome,

dê-lhe de comer;

se tiver sede,

dê-lhe de beber;

porque, fazendo isto,

você amontoará brasas vivas

sobre a cabeça dele.”

21Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem.

Romanos 12:9-21NAAAbrir na Bíblia

O caminho da volta para Jacó: como é bom os irmãos viverem unidos!

Imagino como deve ter sido difícil para Jacó voltar a encontrar-se com Esaú. A astúcia e o oportunismo de Jacó o afastaram do irmão mais velho. Medo e incerteza dominavam o seu coração. Mas Deus pediu que Jacó voltasse. No caminho, o encontro com Deus o prepara para o reencontro com o irmão. No reencontro, não foram necessárias trapaças nem jeitinhos — um abraço apertado e o pranto sincero selaram a reconciliação. O caminho da volta não é fácil. Deus sabe disso, e por isso mesmo ele nos transforma ao longo do caminho para que, afinal, as feridas do passado se fechem e haja paz entre os irmãos.

Sociedade Bíblica do Brasilv.4.21.9
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