3E enviou Jacó mensageiros diante da sua face a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom. 4E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e me detive lá até agora; 5E tendo bois e jumentos, ovelhas, e servos e servas; e enviei para o anunciar a meu senhor, para que ache graça em teus olhos. 6E os mensageiros tornaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem a encontrar-te, e quatrocentos varões com ele. 7Então Jacó temeu muito, e angustiou-se; e repartiu o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos, em dois bandos. 8Porque dizia: Se Esaú vier a um bando, e o ferir, o outro bando escapará. 9Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão, e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra, e à tua parentela, e far-te-ei bem; 10Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que tiveste com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e agora me tornei em dois bandos: 11Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú: porque o temo, que porventura não venha, e me fira, e a mãe com os filhos. 12E tu o disseste: Certamente te farei bem e farei a tua semente como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar. 13E passou ali aquela noite; e tomou, do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú: 14Duzentas cabras, e vinte bodes; duzentas ovelhas, e vinte carneiros; 15Trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas, e dez novilhos; vinte jumentas, e dez jumentinhos; 16E deu-o na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus servos: Passai adiante da minha face, e ponde espaço entre rebanho e rebanho. 17E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar, e te perguntar, dizendo: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes diante da tua face? 18Então dirás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás de nós. 19E ordenou também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás dos rebanhos, dizendo: Conforme a esta mesma palavra, falareis a Esaú, quando o achardes. 20E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente que vai diante de mim, e depois verei a sua face; porventura aceitará a minha face. 21Assim passou o presente diante da sua face; ele porém passou aquela noite no arraial.
22E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque. 23E tomou-os, e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha. 24Jacó porém ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. 25E vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. 26E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares. 27E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28Então disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. 29E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. 30E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. 31E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa. 32Por isso os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa, até o dia de hoje; porquanto ele tocara a juntura da coxa de Jacó no nervo encolhido.