Material de Natal em Hunsrik e Pomerano
Compartilhamos com você um material (em pdf e em aúdio), para que você possa, quem sabe, fazer uma surpresa para a sua comunidade ou, pelo menos, algumas pessoas (talvez mais idosas) que falam ou ainda entendem essas línguas. É mais gente do que você imagina, especialmente a turma do Hunsrik (mais espalhada do que os pomeranos).
Escolhemos a Epístola e o Evangelho de Natal, conforme a Série Anual (Tt 2.11-14; Lc 2.1-14). Em parte, por serem textos mais breves. [Já houve quem fizesse um “Natal de várias partes do mundo”, lendo a história de Natal em várias línguas, começando com Lucas 2 em grego. Afinal, o nascimento do Salvador é uma boa notícia para “todo o povo”. Essa seria uma maneira de levar isso para dentro da igreja e minimizar resistências.]
Antes que você comece a reclamar que “isso não é Pomerano” ou “isso não é Hunsrik”, faço algumas observações e dou uma pequena explicação. Li recentemente num livro sobre línguas que “o árabe não deixa de ser árabe quando é transcrito para o alfabeto latino”. (Assim como o seu professor de Hebraico ou Exegese do AT nem desconfiava que você estava lendo a partir de uma escrita latina as palavras de Gn 1.1 – bereshit barah Elohim. Para ele era – e ainda é – hebraico, mesmo que não esteja no alfabeto hebraico. O que você dizia era “hebraico” – pelo menos para o professor que ouvia você.)
Assim, lembre-se que Pomerano e Hunsrik (que não são dialetos derivados do alemão, mas línguas germânicas com sua própria identidade) são línguas que não têm uma tradição literária. São línguas faladas e em grande parte (e até bem recentemente) sem escrita. As pessoas escrevem do jeito que pensam que deve ser ou do jeito que conseguem escrever, sem maior uniformidade ou rigor científico. Você encontra as formas as mais diversas.
Não existe uma “Academia Pomerana ou Hunsrikeana de Letras” (por enquanto), que possa fazer um Acordo Ortográfico. Os textos que encaminhamos seguem uma escrita fonética, desenvolvida por uma linguista de renome (Dra. Ursula Wiesemann). Faz-se a transcrição da língua como ela é FALADA. Isto significa que alguém que não é pomerano (como é o meu caso) pode com um pouco de ensaio (ajudado também pelo áudio) fazer essas leituras em público. Para uma pessoa que fala Pomerano é muito mais fácil. O mesmo vale para o Hunsrik.
Basicamente, para fazer a leitura, o que você precisa saber é que “x” sempre tem o som do “ch”. “Cidade”, que tanto em Pomerano como em Hunsrik eles escrevem como “xtat”, lê-se “chtát”. Se isso fosse escrito do jeito do alto alemão – Stadt – alguém acabaria lendo como ‘stat’ ou ‘estát’, a menos que antes se ensinasse que esse “s” inicial em alemão soa como “ch”. Com a escrita fonética, não tem erro – e ninguém precisa aprender Deutsch [cuidado: não é ‘deu tchê’, mas ‘dói tchê’] para poder ler Pomerano ou Hunsrik. Mais um detalhe: em Pomerano decidiram escrever o “e” aberto com acento agudo (exemplo: fólk – povo); em Hunsrik optaram pelo trema (exemplo: ëngle – anjos).
Fröhlicha Vinachta! (dizem Arnildo Münchow, Milton Vorpagel e Hilbert Wendler, do Projeto Pomerano)
Frooe Waynachte! (dizem Solange Maria Johann e Mabel Dewes, do Projeto Hunsrik)
O mesmo e, além disso, “Feliz Natal!” (diz Vilson Scholz junto com os demais)